Em momentos como o atual, onde discutimos a repatriação de dados, precisamos de senso crítico e racionalidade. Refletir sobre nossos erros e acertos é crucial para evoluir, corrigir estratégias e operações.
Uma tendência como a repatriação de dados, mencionada no artigo da Forbes abaixo, revela o risco de cairmos no abismo da hype cycle da nuvem e a alta probabilidade de erros operacionais na migração. Voltar ao datacenter pode agravar a situação se essa mudança for um erro estratégico. É um momento para exercer a racionalidade e a humildade, buscando apoio para superar desafios de forma robusta.
Compartilho aqui a minha visão inicial:
A nossa conceituação pragmática de cloud resume a cloud como uma evolução fantástica dos datacenters, onde eles passaram a ser muito eficientes com softwares open-sources bem homologados para o hardware em uso e controlados por shells-scripts, assim como outros mecanismos de automação. A cloud não entrega solução pronta, mas entrega escalabilidade, velocidade e baixo investimento inicial que já são uma quebra de paradigma com muito valor no setor de TI
As decisões de CTOs, CEOs e outros executivos sobre a utilização da nuvem ou de datacenters sempre envolveram debates intensos, com muitos trade-offs entre oportunidades, inovação, riscos e custos. Superada essa etapa, a fase de operacionalização trouxe um novo conjunto de decisões críticas, como reescrever aplicações para a nuvem ou simplesmente migrar os sistemas existentes para servidores em nuvem.
Migrar sem alterações minimiza o crescimento da equipe de TI, mas geralmente resulta em um aumento dos custos operacionais fixos (OPEX). Por outro lado, refazer os sistemas não garante controle de custos, mas exige um aumento significativo no tamanho dos times técnicos de TI (CAPEX). Empresas muito grandes têm capacidade e equipe para escolher livremente, mas as demais só terão sucesso se fizerem as escolhas certas.
Para aquelas que já adotaram a nuvem, mas agora enfrentam altos custos ou falta de velocidade e flexibilidade, existem soluções. Porém, decisões importantes precisam ser tomadas. Se ainda não optaram, considerem os seguintes pontos:
1- Manter na nuvem apenas as inovações e os projetos que realmente agregam valor à empresa. Nesse cenário mais conservador, o core mais antigo da empresa tende a permanecer no datacenter, a menos que os resultados projetados da migração justifiquem uma mudança.
2- Selecionar várias soluções prontas na nuvem que ofereçam sistemas completos e integráveis, minimizando o esforço de reconstrução completa e evitando a armadilha de manter o sistema legado do datacenter com custos elevados. Optar por uma solução pronta também reduz o esforço necessário para otimização de custos na nuvem.
Na minha visão, empresas que nasceram 100% na nuvem e que cresceram significativamente deveriam considerar a repatriação de dados, sem necessariamente refletir sobre falhas estratégicas ou operacionais, já que começar um novo negócio na nuvem traz muitas facilidades e benefícios. As empresas que estão enfrentando altos custos ou lentidão na nuvem podem explorar plataformas que oferecem otimização de custos antes de decidir retornar ao datacenter. Arquiteturas híbridas compondo datacenter e cloud também devem ser consideradas.
Artigo da Forbes: